
5. Supervisão Clínica
Supervisionar para mim é como passear por meu percurso colhendo as melhores sementes e as compartilhando para dar de presente e, assim, acompanhá-las em seu crescimento em terrenos diferentes, dando frutos singulares e plurais.
É singular na medida em que cada profissional dará um tom próprio ao seu modo de trabalhar, de atender clinicamente. E é plural porque somos construídos por todos os encontros que tivemos na vida até o momento presente.
Destarte, a supervisão é um encontro genuíno de aprendizado, de atenção, de questionamento e de afeto.

Gosto de ensinar. É um prazer ouvir os supervisionandos contarem as estórias de seus clientes ou pacientes, como eles queiram chamar, e reconhecer nelas suas próprias habilidades e caminhos de crescimento para si. Gosto de ver os olhinhos deles ora indagando, ora brilhando com as estórias das pessoas atendidas permeadas por eles mesmos.
O supervisionando chega aqui com seus corpos, seus rostos e tons de voz expressando sua relação com as pessoas que eles atendem, com o compromisso ético de encontrar em si o que há de mais potente diante de tanta vida e modos-de-existir diferentes. E eu vou acompanhando esse processo de crescimento e amadurecimento em cuidar. Tudo que li e vivi ao longo desses anos fica alí entregue ao nosso encontro para ser sacudido pelas leituras e vivências desse profissional. E a supervisão se torna, diversas vezes, momentos que extrapolam as leituras, estudos e questionamentos. Ela se torna experimentos e aprofundamento terapêutico para que tais leituras, estudos e questionamentos possam ser apropriados e apreendidos por eles.
Supervisionar é ir além da teoria. É também cuidar dessa pessoa que se dispõe, como eu, a criar e amplificar as possibilidades de existência das pessoas que atendemos e, certamente, as nossas próprias.
_edited.jpg)

_edited.jpg)
_edited.jpg)