
Minha prática clínica – andanças
É uma viagem deliciosa escrever à vocês sobre minha prática clínica. Venham!
A busca por uma abordagem que nos sintamos à vontade para acompanhar nossos clientes é um passo crucial na vida de um psicólogo. Cada um de nós temos um modo de entender e sentir o mundo, as pessoas, as relações e assim construímos nossa visão de mundo. A abordagem é uma união que realizamos, uma parceira que nos dá condições técnicas de exercer nossa profissão.
Pois bem, a minha é a Gestalt-terapia, uma abordagem que faz partes das linhas fenomenológicas-existenciais. Ela valoriza as relações que fazemos no mundo com pessoas, coisas e tudo o que podemos nos relacionar. Significa dizer que o que temos de mais precioso é o nosso presente, no aqui e agora, mas que nosso passado é considerado, visto e trabalhado e, assim, atualizamos nossa estória de vida dando sentidos mais significativos para nosso tempo presente. Tudo o que aconteceu, dificuldades, sofrimentos, alegrias, conquistas, importam.
A Gestalt-terapia é uma terapia do contato. E antes que se perguntem se contato é estar perto ou junto, digo que não. Um bom contato é aquele que nos possibilita saber quem somos nós, quem são os outros respeitando a subjetividade de cada um e muitas vezes construindo o nós. Outras vezes deixar ir é o caminho. Por isso a consciência, a dizer, consciência organísmica, é fundamental para ela. Só entrando em contato com a gente mesmo é que conseguimos vislumbrar essas front. Um bom exemplo é a de uma mãe e seu filho. Um bebê precisa desse contato bem juntinho de corpo e afeto. Já um filho adolescente e um adulto precisará de um contato mais relacional e afetuoso do que corporal. Ou seja, nos ajustamos face às situações da vida. Os chamados ajustamentos criativos. A clareza de nossas escolhas, de nossa responsabilidade nos faz experenciar o mundo de forma mais saudável e criativa ampliando nossas possibilidades e modos de ser. Muitas vezes a situação é difícil, ou estamos míopes, ou nosso leque de escolhas era restrito. A psicoterapia gestáltica nos acompanha e nos ajuda nesse processo.
De certo que não só estudo a Gestalt-terapia. Outros autores, outras abordagens são importantes como a Logoterapia, a Abordagem Centrada na Pessoa, a Esquizoanálise, e outras.
A minha experiência no Sistema Único de Saúde, SUS, também faz parte de minha prática clínica. Me formei em 1995 e neste mesmo ano iniciei meu consultório. Em 2001 me integro à Saúde Mental pública, com o desafio de iniciarmos a Reforma Psiquiátrica em Imperatriz, Maranhão. Uma grande escola. Alí, onde atuo também até os dias de hoje, lidei com diversas realidades e necessidades humanas e essa experiência influenciou diretamente na minha forma de ser psicóloga. Até gestora tive a oportunidade de ser quando fui a primeira coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas, Caps ad.
Bom pessoal, encerro por aqui porque se fosse contar causos não iria parar.
Um beijo pra vocês.





